“Ah, quisera eu fosse um pirata doce, maluco dos infernos que soubesse aproveitar os momentos. Taí, essa é uma falha que preciso anotar.” (Jack Sparrow, Piratas do Caribe)
Neste artigo visitaremos as atrações no trecho entre os balneários chilenos de Antofagasta e Bahia Inglesa, mais uma fase da nossa viagem de carro ao Deserto do Atacama. Além disso, estaremos conhecendo no caminho a imponente escultura “Mano del desierto” e o Parque nacional Pan del Azúcar, paradas obrigatórias para quem se aventura na região.
Bahia Inglesa é o balneário mais famoso do Chile. Em suma, foi descoberta em 1687 pelo pirata inglês Edward Davis, responsável por atribuir esse nome ao lugar. Não só possui praias de areia branca como também tranquilas. Porém o mar é gelado, se comparado às praias no Brasil.
Assim teremos muito o que contar neste trecho, às margens do Oceano Pacífico..
I. Quais são as principais características do trecho Antofagasta a Bahia Inglesa?
II. Como conhecer a escultura “Mano del Desierto”?
Em primeiro lugar, fomos conhecer a famosa escultura Mano del Desierto às margens da Ruta 5 – Panamericana. É um trabalho do escultor chileno Mário Irarazzabál e foi inaugurada em 1992. Possui 11 metros de altura e representa com sua mão esquerda, a força primitiva do deserto do Atacama.
Assim pegamos a Ruta 28 em direção ao cruzamento com a Ruta 5 – Panamericana. Ao todo serão 70 km a partir de Antofagasta. Não só a Ruta 28 como também a Ruta 5 encontram-se, bem sinalizadas e conservadas.
III. Como ir ao Parque Pan de Azúcar?
Para acesso ao parque Pan de Azúcar, percorreremos um total de 300 km até o destino, a partir da escultura. Primeiramente retornamos à Ruta 5 no sentido Antofagasta, até o cruzamento com a rodovia B-70. Em seguida, pegamos a B-710 no sentido Paposo. Em suma, as estradas apresentam boas condições de uso, porém com carências de postos de combustíveis. Todavia, se houver tempo, conheça o observatório do Cerro Paranal próximo à rodovia B-710. Para isso, é preciso autorização na ESO em Antofagasta. As visitas ocorrem nos dois últimos finais de semana de cada mês.
Ao chegar em Paposo, pegue a cenográfica Ruta 1 em direção a Taltal.
Logo após, encontraremos novamente a Ruta 5, agora em uma área montanhosa e com neblina constante. Por isso, muito cuidado neste trecho.
Posteriormente, após a divisa entre as províncias de Antofagasta e Atacama, chegamos ao cruzamento com a estrada C-112.
Apesar do perigo e da preocupação constante com as condições da estrada, não tivemos outra opção. Assim sendo continuamos seguindo em frente, esperando uma melhoria da trilha. Em contrapartida a bela vista do vale atenuou um pouco nossa agonia.
Finalmente nos últimos 15 Km a estrada voltou a ser transitável, até o cruzamento com a RN40. Em resumo, fizemos os 60 Km da RP3 em quase 3 horas. Durante este tempo, não encontramos nenhuma pessoa ou carro na trilha. Inegavelmente não foi uma boa ideia percorrê-la. Então cuidado com o seu GPS.
IV. O que esperar na rodovia RN40?
Logo após às emoções da RP3, voltamos ao asfalto na RN40. Semelhantemente a RN60, a RN40 apresenta as mesmas carências já vistas em outras rodovias argentinas. Não só de postos de abastecimento, como também restaurantes (ou lanchonetes) à margem da estrada. Após isso, chegamos sem maiores problemas em Cafayate. Porém o cansaço e o stress adquiridos nos acompanharam durante o restante do dia.
V. O que fazer em Cafayate?
Cafayate é uma localidade situada no noroeste da Argentina, grande produtora de vinhos. Em suma, suas principais atrações são as vinícolas ao seu redor. Além disso, é a porta de entrada para as Quebradas de Las Conchas e Las Flechas, monumentos naturais de incrível beleza.
Em princípio, para pernoite, escolhemos o Hostal del Suri, próximo ao centro de Cafayate.
Em seguida fomos conhecer a Bodega Domingos Molina, uma vinícola pequena mas muito conceituada na região. Seus vinhos são excelentes e os preços justos.
Desse modo, fizemos um tour para conhecer todas as etapas de fabricação do vinho. Apesar de pequena, a bodega produz vários vinhos de qualidade, ganhadores de prêmios internacionais.
Assim fizemos não só a degustação como também a compra de várias garrafas para levar para o Brasil. Sem dúvida nenhuma um passeio relaxante, depois de momentos aterrorizantes vividos no dia anterior.
VI. Como chegar à Quebrada de las Conchas?
Após o almoço no restaurante La Estancia, pegamos a RN68 com destino a Quebrada de Las Conchas distante 50 km. A rodovia não só se mostra bem conservada, como também apresenta boa sinalização para acesso às atrações.
VII. Quais são as atrações da Quebrada de Las Conchas?
A. Garganta del Diablo
Em primeiro lugar, conhecemos a Garganta del Diablo e suas belas formações rochosas. Se apresenta como um cânion profundo e fechado, cujo final parece uma espécie de garganta que incentiva a subida. Esta curiosa formação recebe este nome pela sua forma estriada e oblíqua, bem como pela coloração que apresenta.
B. El Anfiteatro
Em nossa segunda parada, conhecemos El Anfiteatro e sua incrível acústica. A concavidade do seu formato tubular permite uma acústica quase perfeita, onde o som não necessita de ser amplificado já que as suas paredes funcionam, como o próprio nome sugere, um “anfiteatro” natural. Assim, o local é palco de diversos shows de música.
C. Mirante de Tres Cruces
Local que permite uma vista de toda a Quebrada de Las conchas.
D. La Yesera
É um dos pontos mais coloridos do passeio, visto que a rocha calcária do local apresenta uma grande variedade de minerais. Uma fábrica de processamento de gesso funcionou lá durante anos, daí o nome La Yesera. Fizemos uma caminhada de 3 Km para conhecer as suas belas formações rochosas. Tudo muito bem sinalizado.
E. Las Ventanas
O constante vento, a chuva e as rochas calcáreas e sedimentares do local, permitiu esta incrível paisagem compostas de “janelas” (Ventanas em espanhol). Estas estão sempre abertas para conteplarmos toda a beleza do céu da quebrada.
F. El Obelisco
Relevo de rochas moles esculpidas em rochas vermelhas, lembrando um “Obelisco”. Em resumo, é uma pedra monolítica vertical, de base quadrangular, que vai diminuindo progressivamente para formar no ápice uma pirâmide.
G. El Sapo
Entre as inúmeras formas que a quebrada apresenta, este passeio destaca ainda o “El Sapo”, uma rocha que a erosão do vento e da chuva foi responsável por moldar e dar-lhe a forma de um sapo.
H. Los Castillos
Por ultimo, os incríveis Los Castillos, rochas esculpidas pela água e pelo vento, em forma de castelos medievais. Inegavelmente uma das formações mais impressionantes da Quebrada.
VIII. Como foi nosso retorno a Cafayate?
Já era noite quando retornamos a Cafayate, não apenas exaustos como também felizes pela aventura realizada. Acima de tudo, as imagens ficarão gravadas em nossa memória. Inesperadamente não tivemos tempo de conhecer outras atrações de Cafayate, como a Quebrada de Las flechas. Assim ficará para uma outra oportunidade.
Desse modo concluímos mais esta etapa da nossa viagem de carro ao Atacama, na fantástica Quebrada de Las Conchas.
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