“Águas que caem das pedras
No véu das cascatas
Ronco de trovão…” (Música Planeta Água – Guilherme Arantes)
Primeiramente neste artigo, estaremos apresentando as condições do trecho entre Foz de Iguaçu (BR) a Corrientes (AR), fase 1 na nossa viagem de carro ao Deserto do Atacama. Com efeito, este post é o início de uma série que trará em detalhes tudo o que ocorrer em nossa jornada, não só sobre as condições das estradas, como também dicas de alimentação e hospedagem, além de mapas de acesso às atrações para você utilizar em seu GPS.
Depois de meses de preparação, chegou o grande momento. Certamente o coração bate mais forte, as mãos não se cansam de ficar molhadas e as dúvidas sobre o seu sucesso povoam a nossa mente. Acima de tudo, as horas gastas para elaboração do plano de viagem, bem como a conferência de intermináveis check-list de itens que não poderiam ser esquecidos, ficaram para trás. Agora é hora da adrenalina correr nas veias e encarar o que vir pela frente.
Posteriormente neste trecho, estaremos cruzando de carro a fronteira Brasil – Argentina por Foz do Iguaçu. Assim para melhor entendimento, sugiro a leitura anterior do post Como atravessar de carro as fronteiras de Brasil-Argentina-Chile? já publicado no Blog.
Em resumo, o que veremos neste post?
- Quais os pontos principais da viagem ao Atacama?
- O que você deve preocupar ANTES de cruzar fronteira Brasil-Argentina?
- Quais são as condições das estradas Argentinas RN12?
- Onde abastecer e alimentar?
- Qual é o hotel recomendado para pernoite?
Quanto e quais foram os gastos no trecho?
- Qual é o mapa do trajeto para GPS?
Que bom que você está comigo! Aperte seu cinto que a aventura está apenas começando.
Como será a viagem de carro ao Deserto do Atacama?
O plano inicial elaborado para esta viagem determina dentre outras premissas:
- Duração: 21 dias
- Época de visita: Setembro/2019
- Valor estimado por viajante: R$ 8.000,00
- Km a percorrer: 6.000 km
- Local saída/retorno: Foz do Iguaçu
- Transporte: Jeep Renegade 2016 – Diesel 4×4
- Resumo do Trajeto: Foz do Iguaçu/Norte da Argentina/Atacama/Balneários Chilenos/Norte da Argentina/Foz do Iguaçu
Quais são as principais características do trecho Foz do Iguaçu - Corrientes?
- Distância a percorrer: 628km;
- Rodovias com pedágio – total pago no trecho: AR$210,00, valores de setembro/2019. Não aceitam cartões.;
- Cruzamento da fronteira Brasil-Argentina;
- Rodovias: RN12 (AR)
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O que é necessário fazer antes de cruzar a fronteira?
Antes de você cruzar a fronteira, é recomendável fazer um último checklist dos itens obrigatórios exigidos, de forma a se evitar aborrecimentos durante a sua viagem.
Assim, deve-se verificar:
- Documentos do motorista e veículo – por exemplo Seguros, CNH, e DPVAT;
- Equipamento obrigatório do veículo – por exemplo triângulo reserva e extintor de incêndio;
- Posse de alimentos proibidos – por exemplo derivados de leite e carne;
- Veículo abastecido – devido a existência de poucos postos de abastecimento na estrada;
- Compra de pesos argentinos – necessário para pagamento de pedágio, abastecimento e alimentação.
Antes de mais nada, deixe para adquirir pesos argentinos em Foz do Iguaçu, pois certamente você conseguirá melhores cotações devido ao grande movimento turístico entre os dois países. Além disso, outras cidades que possuem casa de câmbio no trecho são Puerto Iguazú, que cobra uma absurda taxa turística de R$50,00 por passageiro para visita, e Corrientes, destino final neste primeiro dia.
Nesse sentido, adquirimos os pesos argentinos em uma loja localizada na avenida Mercosul, próxima da Alfândega brasileira, de nome CARTA VERDE que, como o nome já diz, comercializa também a venda do referido seguro.
Como é o procedimento na fronteira?
Chegando ao posto fronteiriço, observamos que não só no lado brasileiro, bem como no lado argentino, o esquema para apresentação dos documentos é tipo“Drive-Thru”, ou seja, você não precisará sair do carro.
Inesperadamente não havia ninguém fazendo inspeção na alfândega brasileira, assim não houve necessidade de parar ali. Desse modo, caso isso aconteça com você não se preocupe, pois não haverá problemas em seu retorno.
Em seguida cruzamos a ponte Tancredo Neves sobre o Rio Iguaçu, que marca a divisa entre os dois países . Observe a curiosidade na foto com respeito ao acostamento na ponte. Começa verde e amarelo e no meio muda para azul e branco, cores das bandeiras de ambas as nações.
Após 3km , chegamos finalmente ao posto fronteiriço argentino.
Em contrapartida ao lado brasileiro, no lado argentino pegamos uma fila de veículos para passagem nos guichês.
Inicialmente, como esperado, tivemos que apresentar os documentos pessoais e do veículo para conferência. Posteriormente seguimos até onde se encontravam os funcionários da alfândega, quando então foi realizada a revista no veículo. A princípio, não houve necessidade de abertura das bagagens.
Todo o trâmite, desde a espera na fila do guichê até a liberação do carro para viagem, demorou por volta de 25 minutos, porém sabemos que pode chegar até mais de 2 horas dependendo do tráfego na fronteira, por isso saia com antecedência.
Uma dica para ver as condições de tráfego nas fronteiras argentinas, é utilizar o aplicativo Fronteras Argentinas disponível para Android e IOS.
Quais as condições das estradas argentinas no trecho?
Assim que terminou os trâmites burocráticos na fronteira, estávamos agora na rodovia (ou carretera) RN12 com destino à Corrientes. Todavia, após 20 km fomos parados no posto da polícia rodoviária para novas fiscalizações. Confesso que estávamos um pouco receosos devido a má fama de corrupção que a polícia tem, conforme relatos de outros viajantes na Internet. Porém para nossa surpresa fomos muito bem tratados pelos patrulheiros. Em resumo, checaram somente os documentos do motorista e veículo e nos liberaram sem maiores transtornos.
A RN12 caracteriza-se por longas retas planas de mais de 50km, que a princípio é empolgante, mas que após algumas horas torna-se monótona e cansativa, por isso muito cuidado na direção. Além disso, observamos vários radares móveis e postos policiais na rodovia que faz com que você tenha atenção à velocidade, cujo limite é 110 km/h.
A rodovia encontra-se duplicada em parte do percurso, mas na altura do km 250, próximo a cidade de San Inácio Mini, começam vários trechos em obras sem interrupção do tráfego. Além disso, observamos a existência de 3 estações de pedágio no trecho, no qual desembolsamos um total de AR$210,00, valores de setembro/2019. Não aceitam cartões.
Em contraste com as principais estradas no Brasil, existe uma carência de postos de abastecimento e restaurantes (ou lanchonetes) à margem da estrada. Assim evite andar com o combustível abaixo da metade do tanque, sob pena de experimentar uma pane seca. Só para exemplificar, o primeiro posto que nós vimos foi na cidade de Puerto Libertad, distante 60 km da fronteira.
Com respeito ao problema relativo a alimentação, sugiro para almoço o restaurante Parrila parador Santa Rosa em Santa Ana – Misones, distante 270km da fronteira. Buffet simples a peso ou self service (Ternedor libre) com carnes. Aceitam Reais.
A chegada em Corrientes. Onde se hospedar?
Finalmente chegamos em Corrientes para nossa primeira pernoite. Assim escolhemos o Hotel Orly, localizado no centro da cidade. De acordo com premissa anterior, não fizemos reservas antecipadas do hotel, optando por negociar o valor da diária localmente, conforme preços levantados no site do Tripadvisor.
Desse modo concluímos esta etapa da nossa viagem de carro ao Deserto de Atacama, com as condições do trecho entre Foz do Iguaçu e Corrientes. Clique aqui para ver mais fotos desta jornada.
No Blog, você encontra o registro de todas as fases desta nossa expedição. Por isso não deixe de acessar!
Te vejo no próximo post Atacama de carro: O que esperar do trecho entre Corrientes e Salta?
E você, já conhecia este trecho de Foz do Iguaçu a Corrientes? Tem alguma outra dica a dar?