“Sou eu que digo as segundas puras piedras viejas, em pleno deserto do Atacama. Esmagada pela emoção. Nenhum desdém. Estou no Valle dela Luna ou no Valle dela Muerte...” (Anabela Mota Ribeiro)
Neste post de nossa viagem de carro ao Atacama, descreveremos nossa ida ao Chile através do Paso de Jama. Nosso destino será San Pedro de Atacama, ponto de entrada para o deserto chileno.
De início, existem 2 caminhos ligando o noroeste da Argentina à San Pedro de Atacama. Ou a via RN52 e Ruta 27, conhecido como Paso de Jama, ou então a via RN51 e Ruta 23, denominado Paso de Sico. Paso é como os argentinos chamam os pontos de fronteira. Visto que nos encontrávamos em Purmamarca, optamos pelo Paso de Jama. Não apenas pela distância ser menor, como também pela estrada ser toda asfaltada até o destino.
Para melhor compreensão da burocracia ao cruzar fronteiras, sugiro a leitura anterior do post Como atravessar de carro as fronteiras Brasil-Argentina-Chile? já publicado no Blog.
Da mesma forma, recomendo a leitura prévia do post Atacama de carro: Aventura na Quebrada de Humahuaca com todos os detalhes da nossa chegada até aqui.
Que bom que continuamos juntos! Teremos muito a comentar neste Post.
I. Quais são as principais características do trecho Purmamarca – San Pedro de Atacama?
II. Como chegar a Fronteira Argentina – Chile?
Assim retornamos a RN52 onde encontramos um trânsito intenso, principalmente caminhões. Apesar do asfalto se encontrar em boas condições, a RN52 apresenta carências já vistas em outras rodovias argentinas. Não só de postos de abastecimento, como também restaurantes à margem da estrada. Só para exemplificar, o primeiro posto de abastecimento encontra-se próximo à fronteira, 250 km de Purmamarca. Assim, evite andar com o combustível abaixo da metade do tanque, sob pena de experimentar uma pane seca.
Rodovia RN52
Tráfego na rodovia RN52
Em contrapartida, a RN52 atravessa uma região belíssima composta de grandes desertos naturais de sal, denominados Salares. Em suma, são resultantes da evaporação da água da chuva e dos rios que existiam na região. Só para ilustrar temos Salinas Grandes , segundo maior Salar do mundo, com 6.000 Km². Posto que existe uma pequena loja para venda de artesanato e lanches no local, faça uma parada e contemple este espetáculo da natureza.
Vista Salinas Grandes – Argentina
Vista do Salar Grande na RN52 – Argentina
Em seguida chegamos ao Paso de Jama, posto fronteiriço entre Argentina e Chile. Desse modo teve início os trâmites burocráticos de entrada no Chile.
Finalmente chegamos à Laguna Verde, localizada à 4.200 metros acima do nível do mar. Sua água, salobra e de cor esmeralda, é originária do degelo nas montanhas e vulcões em seu entorno. Fomos surpreendidos com um vento forte no local que chegava a balançar nosso veículo. Assim não tivemos como tirar fotos próximo à Laguna.
III. O que é necessário fazer antes de cruzar a fronteira Argentina – Chile?
Antes de mais nada, faça um último check-list dos itens obrigatórios exigidos no Chile e Argentina.
Assim, deve-se verificar:
Lado Argentino:
Documentos do motorista e veículo: Seguro Carta Verde, identidade ou passaporte, CNH, e DPVAT;
Lado Chileno:
IV. Como são os procedimentos na fronteira Argentina – Chile?
Inicialmente somos parados em uma barreira próxima ao posto fronteiriço. Em seguida, um policial preenche um formulário com a placa do carro e o número de ocupantes no veículo, que deverá ser apresentado adiante.
Posteriormente, ao entrar no posto, você preencherá outro formulário com dados do veículo e dos ocupantes. Após isso, pega-se uma senha para apresentação dos documentos nos guichês na ordem estabelecida. Em primeiro lugar a polícia federal e aduana argentina. Em segundo lugar a polícia federal e aduana chilena.
Após liberação de nossa saída realizado pelos funcionários argentinos, nos dirigimos aos guichês do lado chileno. Ali é emitido a Tarjeta Migratória, com validade de 3 meses, que comprova nossa entrada no país e deverá ser devolvida ao sair. Por isso guarde-o com extremo cuidado para não ter problemas futuros.
Em seguida na aduana, você receberá o documento Salida y Admision Temporal de Vehiculos. Acima de tudo, este deverá ser apresentado para carimbo em todos os postos aduaneiros chilenos que você passar em sua viagem até deixar o país. Por fim retornamos ao carro para cumprir a última parte do processo.
Cartão migratório Chile
Documento aduana Chile
Por fim, foi realizada uma vistoria completa e rigorosa em todas nossas bagagens e no interior do veículo. Como resultado, gastamos por volta de 50 minutos desde a espera na fila do guichê até a liberação do carro para viagem.
Com a finalidade de conferir as condições de tráfego nos pasos argentinos e chilenos, utilize o aplicativo Pasos Fronterizos disponível para Android e IOS.
V. Como chegar a San Pedro de Atacama?
Assim que terminou os trâmites na fronteira, estávamos agora na Ruta 27 com destino à San Pedro de Atacama. Em suma, seriam mais 160 km em uma rodovia bem conservada e sinuosa, com belas paisagens, mas sem postos de abastecimento. Além disso não observamos postos policiais e de pedágio, com o limite de velocidade sendo de 100 km/h.
Inegavelmente o deserto nos dava as boas vindas.
VI. A chegada em San Pedro de Atacama. Onde se hospedar?
Finalmente chegamos em San Pedro de Atacama. A emoção da chegada foi intensificada pelo encontro com nossas esposas que nos esperavam no povoado. Desse modo viveríamos juntos este sonho de conhecer o deserto e suas atrações.
Para hospedagem, optamos pelo Hostal Haalar, distante 3 Km do centro.
Encontro em San Pedro de Atacama
Hostal Haalar – San Pedro de Atacama
Assim fechamos com chave de ouro um dia que se iniciou estressante, devido a expectativa de cruzamento da fronteira. No próximo post, conheceremos às atrações do local, começando com Atacama de carro: Descubra o Vale de la Muerte e de la Luna
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