““Eu trocaria uma mina de diamantes por um copo de água pura da nascente.”(Viagem ao Centro da Terra – Jules Verne)
Hoje no nosso post faremos um passeio por San Pedro de Atacama e imediações. Outros destaques não só para o Vale do Arco-Íris, Yerbas Buenas e Ojos de Salar como também as lagunas Cejar e Tebinquiche localizadas no Salar do Atacama.
Assim te convido a pegar não só sua água, como também seu chapéu e o protetor solar, para juntos embarcarmos nesta aventura.
Antes de prosseguirmos em nossa jornada, recomendo a leitura prévia do post Atacama de carro: Travessia do Paso Jama no trecho Purmamarca – San Pedro Atacama com todos os detalhes da nossa chegada até aqui.
I. O que conhecer em San Pedro de Atacama?
San Pedro de Atacama é considerada como a porta de entrada para o deserto chileno, não só pela proximidade com as principais atrações, como também pela sua variedade de restaurantes e pousadas. Nesse sentido é procurada por todo tipo de viajantes, estrangeiros na sua maioria. Deste modo, o movimento turístico é considerável o ano todo.
Primeiramente, o tráfego e estacionamento de veículos na área central da vila é muito restrito, exigindo que você caminhe a pé em suas ruas. Desse modo, o movimento de pedestres é constante durante todo o dia e à noite, principalmente na Calle (rua) Caracoles onde se encontram não só os melhores restaurantes, mas também mercados, farmácias e a maioria das agências de turismo.
Em segundo lugar, as casas de câmbio em San Pedro de Atacama se concentram ao longo da Calle Toconao, que é transversal à Caracoles. A maioria aceita Reais para conversão em pesos chilenos, mas ter dólares em espécie para troca pode ser mais vantajoso. Dessa forma, compare as cotações em cada uma delas antes da conversão.
Em terceiro lugar, há caixas eletrônicos em San Pedro de Atacama em 3 pontos do centrinho: na esquina das calles Gustavo Le Paige e Toconao (Banco Estado), na esquina das calles Vilama e Caracoles (Banco BCI), e dentro da farmácia Salcobrand;
- San Pedro Atacama
- San Pedro Atacama
II. Como chegar ao Vale do Arco Íris e Yerbas Buenas?
A princípio, pegamos a Ruta 23 em direção à cidade de Calama. Serão 36 km até o entrocamento com a B-241 em uma rodovia sinuosa com um asfalto em boas condições e tráfego considerável, não só pelo trânsito constante de Vans de turismo, como também pelos caminhões que se dirigem à fronteira com Argentina ou Bolívia.Analogamente às rodovias argentinas, a Ruta 23 é carente não só de postos de abastecimento, mas também restaurantes (ou lanchonetes) à margem da estrada. Desse modo abasteça em San Pedro de Atacama caso ainda não o tenha feito.
Posteriormente, ao se aproximar do entrocamento com a B-241, você verá uma placa de acesso ao povoado de Rio Grande, então entre à direita para acesso ao Vale do Arco-Íris.
Em contraste com a Ruta 23, a B-241 é uma estrada composta de uma mistura de terra e cascalho, denominada rípio, por isso muito cuidado ao dirigir. Ainda que não seja obrigatório o uso de um veículo 4×4, o ideal é que o mesmo tenha uma boa altura do solo pois o choque das pedras no assoalho do carro é constante.
Surpreendentemente, não há placas indicativas de acesso ao Vale do Arco-Íris na B241. Por consequência, após 36 km, você verá uma placa para acesso ao povoado de Matancilla que fica antes da ponte de Hierbas Buenas. Em seguida, entre à esquerda em uma estrada de terra muito precária, num trecho de 500 m terminando em um “T”. Finalmente, vire novamente a esquerda e 2 km depois você chegará no Vale do Arco-Íris.
- Acesso ao Vale do Arco Íris
- Acesso ao Vale do Arco Íris
III. O que conhecer no Vale do Arco Íris?
O Vale do Arco-Íris tem esse nome devido ao colorido das montanhas que existem no local. Embora não esteja entre os 5 passeios mais procurados no Atacama, é um local de extrema beleza que vale a pena visitar.
Certamente, a melhor maneira de apreciar seus encantos é através de uma trilha circular de pedestre de 2 km que contorna o Vale. A trilha é de média dificuldade sendo que o melhor modo de fazê-la é no sentido anti-horário, evitando-se subidas. Assim não esqueça de levar água e chapéu para proteção do sol.
IV. O que conhecer em Yerbas Buenas?
Nosso destino agora é conhecer o sítio arqueológico de Yerbas Buenas e seus Petróglifos, que são inscrições na pedra realizadas pelos povos pré-colombianos que habitaram a região. Para isso, retornamos à rodovia B-241, agora no sentido San Pedro de Atacama.

Antes de tudo, o passeio a pé, no valor de CL$3.000,00 por pessoa (set/19), é realizado através de uma trilha de média dificuldade demarcada entre as rochas, onde você pode ver vários Petróglifos não só esculpidos como também pintados.
Só para ilustrar, dentre as várias pinturas observadas, a que chamou mais a atenção foi a de um macaco, animal que nunca existiu na região.
V. Como chegar aos Ojos de Salar e as Lagunas Cejar, Piedras e Tebinquiche?
Inegavelmente a visita às lagunas Cejar e Tebinquiche é um dos passeios mais procurados pelos turistas que visitam o Deserto, não só pela beleza do Salar de Atacama, como também pela proximidade ao povoado de San Pedro. Assim, após o almoço no restaurante Barros em San Pedro , voltamos à Ruta 23 agora em direção à fronteira Chile-Argentina. Assim teremos 18 km em estrada asfaltada até o entrocamento para o acesso às lagunas. A saber, há um excelente posto para abastecimento com lanchonete na saída de San Pedro para a Ruta 23, então abasteça caso necessário.VI. O que conhecer nos Ojos de Salar e nas Lagunas Cejar, Piedras e Tebinquiche?
A. Lagunas Cejar e Piedras
O valor da entrada para acesso às Lagunas Cejar e Piedras é de CL$15.000,00 por pessoa, com direito não só ao banho na Laguna Piedras, como também o uso dos chuveiros e vestiários no local. Com toda certeza, a grande atração deste passeio é o banho na Laguna Piedras, onde devido a alta concentração de sal existente, não há como afundar. Imperdível. Não esqueça de levar a toalha e o protetor solar.
Após o delicioso banho na Laguna Piedras, nos dirigimos aos vestiários para tomar uma chuveirada e assim remover a camada de sal que fica sobre a pele. Em seguida, fomos conhecer a laguna Cejar que fica ao lado da Piedras, porém esta não é liberada para banhos. Confesso que fiquei um pouco decepcionado, uma vez que a beleza da Laguna não corresponde a sua fama.Por fim uma última dica: caso você decida tomar banho na laguna Piedras, deixe para fazer este passeio na parte da tarde por causa da temperatura da água, que é mais suportável. Durante a manhã, por causa das baixas temperaturas durante a madrugada, é comum se observar pedaços de gelo na superfície da laguna.
- Laguna Cejar
- Laguna Piedras
- Laguna Piedras
B. Ojos de Salar
Primeiramente, ao sair da portaria de acesso à Lagura Cejar, pegue um caminho de terra à direita para acesso aos Ojos de Salar e a Laguna Tebinquiche. A estrada está em boas condições, mesmo sendo toda de rípio. Os Ojos de Salar são dois poços de água doce que outrora eram permitidos para banho. Contudo, conforme relato dos nativos do local, a mineração na região está secando os poços impedindo o seu uso, o que é uma pena.
C. Laguna Tebinquiche
O valor da entrada para acesso a Laguna Tebinquiche é de CH$2.000,00 adultos e CH$1.000,00 crianças até 10 anos e idosos, não sendo permitido banhos. O local apresenta uma boa infraestrutura com banheiros e lanchonete.
Inegavelmente a Laguna Tebinquiche é não só a maior e como também a mais bonita laguna de sal do Salar do Atacama, formada pelo derretimento da neve das montanhas próximas, associadas às chuvas que eventualmente cai no deserto mais seco do mundo.
Antes de mais nada, a melhor maneira de conhecer a Laguna é através de uma trilha plana de uns 2 km que circunda toda a sua extensão, atravessando um campo de pedras compostas de sal. Durante o trajeto, você encontra várias placas educativas que mostram como o local foi formado no decorrer dos tempos.Entretanto o ponto alto do passeio ainda estava por vir: o magnífico por-do-sol no deserto, que encheu nosso coração de alegria e romantismo pelo momento mágico que tivemos o privilégio de viver.
V. O retorno a San Pedro Atacama
Por fim, chegamos em San Pedro de Atacama no início da noite, após o espetáculo do por-do-sol na Laguna Tebinquiche. Devido a escuridão, a estrada tornou-se mais perigosa, exigindo não só um maior cuidado na direção, bem como um maior tempo de viagem, mas felizmente chegamos sem incidentes. Mais um dia exaustivo no deserto, potencializado pelo calor e pelas caminhadas efetuadas. Todavia estávamos felizes por poder ter vivido mais este dia no Atacama.
No próximo post, Atacama de carro: Descubra o Vale de la Muerte e de la Luna, conheceremos novas atrações no Atacama.
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