“Uma ponte longe demais…” (A Bridge Too Far – Filme – 1977)
Neste artigo estaremos apresentando com detalhes o trecho Corrientes a Salta na Argentina, fase 2 na nossa viagem de carro ao Deserto do Atacama, com destaque para a ponte Manuel Belgrano, divisa entre as províncias de Corrientes e Chaco.
Em resumo, o que veremos neste post?
- Quais são as condições das rodovias RN9, RN12 e RN16 na Argentina?
- Onde abastecer e alimentar?
- Qual é o hotel recomendado para pernoite?
- Quanto e quais foram os gastos no trecho?
- Qual o mapa do trajeto para GPS?
Continuamos juntos na aventura!
Quais são as principais características do trecho Corrientes a Salta?
- Distância a percorrer: 850km;
- Rodovias com pedágio – total pago no trecho: AR$180,00, valores de setembro/2019. Não aceitam cartões.;
- Atração: Ponte Manuel Belgrano;
- Rodovias: RN12, RN16 e RN9 na Argentina
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Quais as condições das estradas argentinas no trecho?
Primeiramente resolvemos sair bem cedo de Corrientes neste dia, não só pela longa distância a ser percorrida, como também para evitarmos chegar à noite em Salta, maior cidade do noroeste da Argentina.
Assim retornamos à rodovia RN12, onde cruzaríamos a imponente ponte Manuel Belgrano, divisa entre as províncias de Corrientes e Chaco. Antes de mais nada, deve-se tomar muito cuidado na sua travessia, não apenas pela intensidade do trânsito, como também pelo elevado número de radares móveis existentes. Em síntese, não ultrapasse a velocidade máxima de 40 km/h na travessia.
Ainda mais, a ponte possui 2.800 m de extensão e 84 m de altura. Desse modo, do seu ponto mais alto avista-se toda a orla do Rio Paraná, uma imagem belíssima que merece registro.
Inesperadamente a poucos metros do final da ponte, somos surpreendidos por uma estação de pedágio, que torna o trânsito ainda mais lento, exigindo mais da nossa paciência. Todavia agora estávamos na RN16, rodovia que nos levaria até o entroncamento para Salta, onde pegaríamos a RN9.
Surpreendentemente as condições da RN16 são muito piores do que a RN12, com poucos trechos duplicados e muitas obras na pista.
Semelhantemente a RN12 percorrida no trecho anterior, a RN16 apresenta carência não só de postos de abastecimento, como também restaurantes (ou lanchonetes) à margem da estrada.
Assim evite andar com o combustível abaixo da metade do tanque, sob pena de experimentar uma pane seca. Só para exemplificar, o primeiro posto que nós vimos foi na cidade de Roque Saens Pena, distante 215km de Corrientes. Com respeito ao problema relativo a alimentação, posso sugerir para almoço o restaurante do Hotel El Gran Cacho em Monte Quemado, distante 450km de Corrientes. Porém, só oferece no cardápio o prato do dia.
Qual foi a maior surpresa no trecho?
A maior surpresa que tivemos dirigindo no trecho veio no KM 399 da RN16. Inesperadamente o bom asfalto que tínhamos até ali foi substituído por uma quantidade imensa de buracos que se estendia por toda a rodovia inclusive no acostamento. Foram 100km de puro pesadelo, com a máxima não passando de 40km/h e o perigo constante de ou termos um pneu furado ou um para-brisa quebrado.
Para completar, éramos surpreendidos a todo o momento, ora pelo fato dos carros trafegarem na contramão para fugir das crateras da pista, ora pelos animais que insistiam em atravessar a pista.
Como resultado do trânsito de animais na pista, observamos um número considerável de placas distribuídas ao longo da rodovia, que prometem multar àqueles que permitirem tal fato. No entanto tudo leva a crer que tal alerta não vem atuando como deveria, basta ver a foto a seguir tirada em um dos poucos trechos duplicados da estrada.
De maneira idêntica, pela estrada atravessar uma região de charcos (ou pântanos), o número de insetos voadores é alarmante, de tal forma que a visibilidade fica prejudicada devido a sujeira no para brisas. Acima de tudo, não tente limpar borrifando água e usando as palhetas do limpador, pois o resultado é catastrófico. Aguarde chegar a um posto de combustível para lavar o vidro e os faróis. O problema é tão sério que os carros que trafegam com frequência na região, se utilizam de uma tela colocada à frente do veículo para impedir a entrada de insetos no interior do motor. Por isso tenha calma.
Com toda certeza, este trecho entre Corrientes e Salta foi o mais estressante de nossa viagem de carro ao Atacama.
A chegada em Salta. Onde se hospedar?
Faltando 155km para Salta, saímos da RN16 e pegamos a RN9 que cruza todo o norte e noroeste da Argentina. Nesse meio tempo, o trânsito se tornou mais intenso principalmente pelo maior número de caminhões na rodovia.
Finalmente chegamos em Salta, extenuados pelas condições da viagem em si. Assim para pernoite escolhemos o charmoso Las Moras Hotel, localizado na vila San Lorenzo, uma pequena cidade turística de serra ao lado de Salta. De acordo com premissa anterior, não fizemos reservas antecipadas do hotel, optando por negociar o valor da diária localmente, conforme preços levantados no site do Tripadvisor.
Desse modo concluímos mais uma etapa da nossa viagem de carro ao Atacama, agora no trecho de Corrientes a Salta.
No Blog, você encontra o registro de todas as fases desta nossa expedição. Por isso não deixe de acessar!
Te vejo no próximo post Atacama de carro: Atrações no trecho entre Salta e Purmamarca.
E você, já conhecia este trecho de Corrientes a Salta? Tem alguma outra dica a dar?
Fui três vezes, fazendo este passeio, duas de carro e uma de moto Suzuki 1400 VS intruder. É muito bonito, apesar de cansativo, as rutas estavam em péssimas condições. Mas valeu a passagem da cordilheira dos Andes.
Olá Estefen. Obrigado pelo contato. Sem dúvida é muito cansativo, principalmente no trecho que liga Foz do Iguaçu a Salta. Longas retas, estrada com trechos em obras e sem sinalização adequada, carência de postos de abastecimento e restaurantes. Mas no final, a aventura vale demais à pena, como você mesmo comprovou, fazendo 3 vezes este passeio. Grande abraço.